Oxicodona

Em 1806, a morfina foi purificada a partir do Ópio. A papoila do Ópio (Papaver somniferum) inclui, além da morfina, mais de 20 alcalóides, que estão divididos em duas classes: os fenantrenos e as benzilisoquinolinas. Um dos fenantrenos, a tebaína, é extremamente tóxico e isento das propriedades analgésicas características dos fármacos extraídos deste planta. No entanto, é um importante precursor de diversos produtos de semi-síntese, como é o caso da oxicodona. Esta obtenção da oxicodona a partir da tebaína foi conseguida pela primeira vez em 1916, tendo sido introduzida na prática clínica no ano seguinte, na Alemanha.

Os opióides têm sido usados no controlo da dor por milhares de anos! Actualmente, os opióides, incluindo a oxicodona, são utilizados clinicamente para o tratamento da dor aguda pós-operatória e da dor crónica associada ao cancro:

- No norte da Europa, a oxicodona aplica-se essencialmente ao tratamento da dor aguda;

- A Finlândia é o maior consumidor europeu deste fármaco, sendo a oxicodona o principal opióide parentérico desde os anos 60, ultrapassando a morfina;

- No Canadá, Austrália e EUA, a oxicodona foi usada principalmente em associação com acetaminofeno, fenacetina e/ou cafeína, para o controlo da dor moderada;

- Só nos EUA, o uso médico de opióides aumentou em 400% entre os anos de 1996 e 2000; o consumo aumentado, particularmente de formulações de libertação controlada de oxicodona, levou a um maior abuso e, consequentemente, a mortes relacionadas ao consumo deste fármaco. ^[1]

Nos EUA, onde o consumo de oxicodona é mais acentuado, este fármaco está presente em especialidades farmacêuticas como OxyContin®, Percocet® e Percodan®. Deste modo, o crescente consumo e abuso da oxicodona levou à criação de múltiplos nomes na gíria de rua:

OxyContin: Oxy, OC, Oxycottons (lembra-se da música apresentada na página inicial deste blog?), Oxy 80s, Killers, Kickers, Blue, Hillbilly Heroin.

Percodan ou Percocet: Percs, Percodoms. ^[2]