EFEITOS ADVERSOS[11]

As reacções adversas associadas à terapia com oxicodona em uso clínico incluem:
- dor de cabeça
- náuseas e vómitos
- sonolência
- tonturas
- sudorese
- xerostomia
- depressão respiratória
- hipotensão
- convulsões
- paragem cardíaca
- morte por overdose (devido a paragem cardíaca ou respiratória)

A maioria dos pacientes medicados com oxicodona desenvolve, ao longo do tratamento, tolerância ao seu efeito farmacológico e a estas reacções adversas, pelo que as doses devem ser ajustadas em função de cada paciente.

INTERACÇÕES[12]

- Fármacos que inibam o CYP3A4 (macrólidos, antifúngicos e inibidores da protease) podem provocar a diminuição da eliminação de oxicodona, levando ao aumento da sua concentração plasmática e presumivelmente ao aumento dos seus efeitos farmacológicos e tóxicos;

- Fármacos indutores do CYP3A4, tais como a rifampicina, carbamezepina e fenitoína, podem induzir o metabolismo da oxicodona e levar ao aumento da sua eliminação e consequente redução da concentração plasmática, que pode traduzir-se numa diminuição da eficácia pretendida e possível desenvolvimento de sintomas de privação;

- Inibidores da CYP2D6, nomeadamente a amiodarona, quinidina e antidepressivos tricíclicos, podem bloquear esta via de metabolização;

- O uso concomitante com depressores do SNC deve ser efectuado com cautela e com uma dose menor de oxicodona, pois esta associação pode levar ao agravamento dos efeitos adversos da última;

- Quando consumida em conjunto com o álcool ou outras drogas de abuso, pode haver adição dos seus efeitos depressores do SNC, responsáveis por situações de emergência.

ABUSO[2][13][14]

Enquanto opióide, a oxicodona é similar à heroína: eleva os níveis do neurotransmissor dopamina, que está ligada a estados de prazer e bem-estar. Tem vindo a ser usada de forma ilícita devido não só ao seu efeito analgésico, mas principalmente à indução de euforia. É ainda consumida por dependentes em opiáceos, quando não têm morfina ou heroína disponíveis, para o controlo dos sintomas de abstinência.
A especialidade farmacêutica mais utilizada em situações de abuso é a OxiContin®, uma vez que se trata de uma formulação de libertação controlada: assim, enquanto um produto de libertação imediata poderá conter doses de 5 ou 10mg, esta pode apresentar uma dose até 160mg, dose esta que é rapidamente libertada com a adulteração da forma farmacêutica, efectuada pelos que abusam desta droga. A adulteração é geralmente feita de três modos diferentes: pulverizando o comprimido e inalando-o; mastigando-o; ou dissolvendo-o em água e injectando. A tolerância a esta droga leva o consumidor recreativo a consumir doses cada vez maiores, potenciando o aparecimento de danos temporários ou permanentes no cérebro. Pensa-se que a produção ou a sensibilidade às endorfinas e encefalinas, opióides biológicos, é reduzida e o indivíduo passa a necessitar de doses cada vez maiores, apenas para se sentir normal. 


DEPENDÊNCIA[14]


Se o uso da oxicodona for descontinuado abruptamente num paciente fisicamente dependente, poderá ocorrer síndrome de abstinência. Este caracteriza-se pelos seguintes sintomas: agitação, rinorreia, sonolência, sudorese, arrepios, mialgias, midríase, ansiedade, irritabilidade, dores nas costas e articulações, insónias e vómitos, anorexia, aumento da frequência respiratória e cardíaca.

OVERDOSE[15]

A sobredosagem aguda com oxicodona pode manifestar-se pela depressão respiratória, sonolência e coma, fraqueza muscular, pele fria e húmida, bradicardia, hipotensão arterial e morte.
No tratamento da sobredosagem com este fármaco, a atenção primária deve ser dada ao restabelecimento das vias respiratórias, com aplicação de ventilação assistida ou controlada.
Os antagonistas opióides puros, como a naloxona, a naltrexona, e outros, são antídotos específicos para a depressão respiratória provocada pela overdose.